Terça-feira, 14 de Outubro de 2008

duas irmãs, um rei

 

 

 

Phillipa Gregory escreveu The Other Boleyn Girl ou em português, Duas irmãs, um rei, editado pela Civilização Editora.

 

Duas irmãs, um rei, conta a história da família Bolena e do que fizeram para subir ao trono inglês. Se no inicio, as suas esperanças eram depositadas em Maria Bolena, para que esta seduzisse o rei Henrique VIII e lhe desse o tão desejado herdeiro ao trono, depois passaram para a sua irmã Ana. Uma mulher fria, ambiciosa, disposta a fazer o que fosse preciso para se tornar na Rainha de Inglaterra, ocupando o lugar então de Catarina de Aragão. Conseguiu ser rainha mas o caminho não foi fácil. O herdeiro desejado não nasceu mas sim Isabel. Seguiram-se nascimentos de nados mortos e abortos espontâneos. Ana, a cada dia era mais pressionada para ter um filho, não só pela sua família, como pelo rei que entretanto se divertia com outras damas da corte.

 

A autora descreve as cenas com a maior realidade possível, o que faz com que quase nos sintamos no meio da corte, dos seus jantares e bailes exuberantes.

 

Uma história passada há séculos que pode espantar os leitores com a descrição do ambiente que se vivia na corte. Ou com o tamanho do livro: 640 páginas!

Se quiserem saber mais informações sobre a autora do livro: Philippa Gregory.


publicado por eli às 22:17
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Segunda-feira, 6 de Outubro de 2008

The Favorite Game

 

 

Dificuldade: o que dizer primeiro sobre este livro? Talvez falar do autor. É Leonard Cohen, nome sonante do panorama musical. Artista das palavras, dono de uma sensibilidade sem precedentes. Já conta com uma lista incontável de álbuns e a sua figura como escritor não passou ao lado dos mais atentos. Nas suas obras, sejam prosa ou verso, confirma-se o que as músicas já mostravam: temos Génio. Assim mesmo, com G grande.


Em The Favorite Game, Cohen usa as suas raízes judias e faz de Breavman, a personagem principal da história, um alter-ego assumido. Na sua vida, as mulheres carregam papéis de destaque e são figuras de alta influência; não que isso as torne importantes mas deixam definitivamente a sua marca.

Tudo começa com a sua amiga de infância, Lisa. Brincavam muito juntos, jogos só deles. Diz-lhe a memória que o seu primeiro beijo foi com Ela. Pouco depois os seus caminhos correram para direcções opostas e Breavman passa o resto da sua vida à procura do fio condutor capaz de o devolver a esse tempo de brincadeiras, corpos de crianças escondidos debaixo da cama e segredos no escuro. Não é tanto regressar a Ela mas ao Ele que ficou perdido enquanto crescia.

Com cada mulher que encontra, um pedaço de si fica a descoberto. Com cada mulher que deixa, dá mais um passo em frente. Com cada mulher ,quer ser tudo para elas mas ainda ser muito mais para si, reencontrar o maldito fio vermelho que o mantém ligado ao seu centro.

Pelo caminho deixa a familia, os amigos e as amantes. A sua vida só a ele pertence. Mas no final acaba por se lembrar qual era a brincadeira preferida de Lisa e daí retirar uma bonita metáfora para a vida e as marcas que nela deixamos.


The Favorite Game acaba por ser uma aprendizagem constante sobre o que é ter uma Identidade. E já que tem de se aprender, ao menos que nos divertamos com isso.


(Mas não vos vou dizer qual era a brincadeira, fica um segredo entre as páginas para quem depois quiser saber :P)


publicado por xary às 12:42
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Domingo, 5 de Outubro de 2008

Alegria Breve

 

Estou para escrever sobre este livro há demasiado tempo. Desde que voltei das férias de verão, para ser sincera. Deveria tê-lo feito mal cheguei e aposto que a Eliana vai estar desse lado a ler e a acenar quase de forma furiosa com a cabeça como quem diz "pois devias!" e tem toda a razão ;) Mas vamos (finalmente!) ao que interessa:


Ler uma obra do Vergílio Ferreira é sempre um momento de verdadeira aparição para mim; nem sempre a história me cativa especialmente mas frequentemente surge um pensamento, uma frase capaz de me catapultar para a página seguinte. Quando dou por isso já cheguei à última de todas e está na hora da despedida. É assim que as coisas são.


Alegria Breve despede-se de muita gente, fecha os olhos a demasiadas recordações. É um relato, ausente de qualquer regra cronológica, preso apenas ao olhar da memória do último habitante de uma aldeia esquecida. Este é o Último Homem da (sua) Terra. A sua função é pesada mas serve-a com orgulho. Através dele conhecemos as figuras que um dia também fizeram parte do quotidiano da sua aldeia, e que, com o passar dos anos foram falecendo, deixando a aldeia cada vez mais no esquecimento. Mas é importante não esquecer. Seja pelo que for, é importante. As casas abandonadas já perderam essa capacidade mas o Último Homem da Terra (re)lembra.


Vive-se um luto penoso, quase em silêncio. E quem está lá para ouvir, caso não o fosse? É uma voz desgastada pela solidão que conta. E o Último Homem considera-se imortal; alguém tem de o ser. Para perpetuar tudo o que ficou mas também o que já se foi. Recordar: pela aldeia, por ele e pelos outros. É importante.


Mas não é, de todo, uma obra Alegre por mais que o título vos faça pensar que sim. E se houver nela alegria, ela é, de facto, Breve. Mas é suficiente para manter vivo o que resta da esperança. Nem que seja apenas a do Último Homem da Terra.


No entanto, foi uma história interessante para fechar algumas portas e fazer as devidas despedidas.


Ficam aqui umas citações:


« A vida humana é verdade como tudo o que a preenche. É a sua perfeição. »


« - Não chegou ainda a nossa hora - disse eu.

Ela viria um dia, com a terra desabitada. Que seria então o passado? Há muita coisa ainda a morrer. »


« Às vezes penso que, se não forçasse a memória, a esqueceria depressa. »


publicado por xary às 21:10
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a marijuana

 

 

 

Este livro, tem como tema principal a Canábis, uma planta bastante conhecida. Esta nem sempre foi usada com a mesma intenção. Se hoje muitos são os jovens que a fumam à procura de um estado de descontracção, anteriormente era um importante remédio contra doenças e sintomas das mesmas. Muitos foram aqueles que se levantaram em sua defesa e em defesa daqueles que a usavam como medicamento. Graças ao governo uma simples planta com puderes analgésicos passou a fazer parte da lista das drogas proibidas. Quem a quisesse usar por causa dos seus efeitos medicinais tinha que pagar. “Teria o desfecho sido diferente, se uma grande empresa química, com enormes recursos financeiros, tivesse interesses comerciais na canábis?” Talvez…

 

De acordo com os médicos que escreveram este livro a “marijuana, na sua forma natural, é uma das substâncias terapêuticas activas mais seguras que o homem conhece.” e “ o uso de marijuana no tratamento de glaucoma e de náuseas induzidas pela quimioterapia do cancro.” No entanto, no estado do Luisiana, a marijuana não era disponibilizada legalmente aos pacientes, o que os levava a recorrer a canábis ilegal e pelo menos um deles chegou a ser preso.

 

Uma história que mostra a realidade absurda da proibição do uso da marijuana é contada brevemente. Kenneth e Barbra Jenks são um casal da Florida, na casa dos 20. Barbra contraiu o vírus da sida através de uma transfusão sanguínea infectada dada ao seu marido hemofílico. Ambos sofriam de náuseas, vómitos e perda de apetite e o médico receava que Barbra morresse de fome antes que a doença a matasse. No inicio de 1989, informaram-se sobre a marijuana, começaram a fumar e durante um ano tiveram uma vida normal, sentiam-se melhor, recuperaram o peso e mantinham-se longe do hospital. Kenneth até manteve o seu emprego. No entanto alguém os denunciou e em 29 de Março de 1990, agentes da brigada de narcóticos, armados, arrombaram a porta da caravana onde os Jenks viviam, encostaram uma arma à cabeça de Barbra e apreenderam duas pequenas plantas de marijuana que plantavam porque não tinham dinheiro para comprar na rua. Na florida, cultivar marijuana é crime e arriscavam-se até 5 anos de prisão. No julgamento, invocaram a necessidade clínica, o juiz rejeitou a defesa e condenou-os a pena suspensa. O caso foi tornado conhecido e obtiveram uma autorização para o uso. Muitos foram os doentes de sida que pediram a mesma autorização.

 

Em 1991, foi afirmado que os cidadãos que necessitassem iriam ter uma autorização mas o mesmo não veio a acontecer porque “minava a oposição da administração Bush ao uso de drogas ilegais. “Se constasse que o serviço de saúde pública anda por aí a dar marijuana ao pessoal, haveria a percepção de que essa coisa não pode ser assim tão má…. Dá mau aspecto.”

 

Parece-me a mim que entre dar mau aspecto ou ajudar as pessoas a terem uma vida com dignidade, “acho” que escolhia a dignidade, mas secalhar sou só eu.

Um livro que nos faz ver as coisas de outra forma, ver que uma simples erva pode ajudar pessoas a terem uma melhor qualidade de vida nem que seja nos seus últimos dias.


publicado por eli às 11:38
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