Uma colectânea de crónicas de Miguel Esteves Cardoso que aborda todos os aspectos incluídos nisto que conhecemos como Ser Português: desde as manias e jeitos torcidos de encarar o próprio país, povo e cultura, passando por deliciosos apanhados da língua que nos une como pátria, MEC também apresenta neste livro um conjunto de textos cuja poesia na sua prosa nos desarma a cada frase. Como tudo o que é nacional é bom, há crónicas para todos os gostos. Numas não há maneira de não nos emocionarmos, noutras de nos rirmos e o mais importante de tudo, em todas elas nos revemos.
MEC sabe onde pica e como picar; E fá-lo com espantosa mestria. Somos um povo que se abate, que se eleva, que é mesquinho mas que sabe nutrir compaixão quando esta é pedida. Somos uma pluralidade de maneiras de ser e estar, todas elas diferentes e unas em si. Somos, assim mesmo, sujeito em plural. Talvez se nos questionado uma forma de nos definir, não o saibamos identificar do pé para a mão. Mas MEC consegue, porque todas as partes desta sua obra se reúnem numa maneira única de ver o País e o Povo que o vive. Temos dias, falhamos na maioria deles. E no entanto, é a melancolia da esperança que nos ilumina nas restantes alturas. Somos grandes mesmo nesta pequenez tão nossa. MEC reconhece-o sem pudores ou conveniências e, para quem se esquece desta verdade, tem as Explicações de Português para o relembrar. Que somos o que somos e não há maravilha maior que essa.