Um, Ninguém e Cem Mil de Luigi Pirandello retrata a viagem interior levada a cabo por Vitangelo Moscarda cuja vida começa a ganhar novos contornos após um inocente comentário feito pela sua mulher a cerca do seu nariz. Através desse pequeno reparo, Moscarda questiona o modo como os outros o encaram e como ele encara não só esses outros mas também a sua própria imagem. Retalha-se em vários espelhos, pondo em causa cada aparência; afinal, tanto ele como qualquer outra pessoa parece ser aquilo que os outros não conseguem ver. Somos o que não somos. Ao longo da narração do seu raciocínio e constante descoberta de lugares nunca antes entendidos em si, Moscarda agarra-se à única verdade possível para a sua vida: a de renascer em cada momento, cada dia sendo um novo dia, uma nova pessoa. Não ser igual ao que se foi nem ao que se possa ser mais adiante.
Obrigada Catarina por teres aconselhado esta obra e o seu escritor italiano. Uma interessante descoberta que irei aprofundar em leituras futuras :)