Segunda-feira, 25 de Fevereiro de 2008

A Farewell Waltz



Klima, um trompetista famoso, recebe uma notícia inquietante: a jovem enfermeira Ruzena com quem teve um caso de uma noite está grávida. Dele, diz ela. E ele, tão assustado na sua incredulidade, acaba mesmo por acreditar. Com a visão dessa realidade, surge todo um problema que o trompetista quer travar a todo o custo. Cabe então a Klima ir ter a uma vila remota, onde a enfermeira trabalha num spa para tratamentos de fertilidade, para a convencer da decisão que deve ser tomada. Até porque, convenhamos admitir que a mulher do trompetista iria ficar tudo menos feliz com esta novidade. Logo, é urgente agir. Resolver as responsabilidades. Manter a vida como está, sem (mais) complicações.
Assim, a partir do momento em que Klima é informado da condição da enfermeira, somos conduzidos a presenciar os cinco dias posteriores, conhecendo outras personagens, outros problemas e segredos, outras formas de tomar as rédeas da vida e mantê-la no seu rumo.
Além de Klima e Ruzena, também a mulher de Klima é empurrada através de ciúmes e suspeitas, para o local da acção, onde encontra uma nova forma de respirar que não a cegueira onde estava mergulhada ao longo dos anos do seu casamento. Conhece-se também um ginecologista demasiadamente preocupado com os seus casos de fertilidade e um prisioneiro político prestes a emigrar que, ao organizar a sua festa de despedida, se depara com inúmeras questões sobre as raízes que uma pessoa faz nascer entre si e os outros, a noção de família, pátria e muitas outras convicções que julgava, de facto, firmes. Ficam outras personagens para descobrir mas são cinco dias que passam quase a correr, num amontoado de situações onde cada um fala o que pensa e nunca o que realmente sente.

Não foi, na minha opinião, das melhores obras que já li de Kundera. Apesar do convite feito ao interior dos personagens, estas pareceram-me sempre estar à tona dos acontecimentos a que pertenciam e, embora oferecessem alguma profundidade nunca parece surgir qualquer entrega. Talvez seja essa a ideia. Mas a verdade é que despedir-me deste livro foi uma dança que não me custou nem um passo errado.

publicado por xary às 05:47
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